Pense em um quadro, uma tela na qual foi aplicada uma série de misturas coloridas.
A imagem que vem para mim é a Mona Lisa de Giocondo, famoso, bonito, importante, enigmático.
A distância para apreciação da obra é de 5 metros, e é protegida por um vidro blindado.
Ninguém chega perto sem autorização. Os curadores que chegam perto, analisam cada detalhe,cada risco, cada marcada obra.
Em uma aula da escola dominical, o professor estava falando que a nossa vida é como um quadro.
Quando as pessoas chegam para olhar de perto elas veem as marcas do pincel.
Essa é minha vida, quem olha de longe vê uma obra bonita, vê alguém que está feliz e tranquilo.
E quem tem autorização para chegar mais perto, rapidamente nota as marcas do pincel.
Temo que o medo de ser julgado pelas coisas erradas que faço, o medo de não atender às espectativas, o velho hábito de demonstrar que você é forte, perfeito, santo, seja muito difícil de largar.
E com isso, manter o vidro blindado talvez pareça ser a solução mais prática.
Mas a aula não parou por aí, falamos sobre o mal que habita dentro de nós, o monstro feito do mesmo material que nós, e chamamos ele de Leviatã. Definimos que aquele monstro das lendas que em tese habitaria o mais profundo dos oceanos, não mora tão longe assim. Ele mora no porão da nossa alma.
Discutimos na quinta feira da mesma semana em uma aula do cfm que, os espíritos imundos, o Diabo, agente expulsa.. e vai embora... mas a carne... a carne fica, e agente não consegue se livrar dela. A carne não se converte e a briga é diária.
Muito bom saber que a igreja é um hospital, e todos que estão lá tem seus problemas.
Mas mesmo assim, não vai ser fácil deixar que todos olhrem o quadro de perto.
Durma com este barulho!