quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Voltando a falar de quadros
Lembro de quando me disseram que a vida de uma pessoa é como um quadro.
Lindo e admirável de longe, mas que ao se aproximar e olhar os detalhes com mais
clareza, vê-se as marcas do pincel, os erros, as falhas.
Na hora concordei, até refletir sobre a minha, sobre as marcas e o que eu faço com elas.
Na minha casa tem um quebra-cabeça de 5 mil peças que todo natal faz aniversário sem
nunca ser finalizado. Por mais empenho que se possa empregar, mais atenção que se
preste, o fim dele está muito longe.
Comparo minha vida a esse quebra-cabeças. Até permito que outros vejam minha vida de
perto, mas apenas um pedaço, sem nunca saberem o todo como é.
A princípio é bom, podem ver minhas falhas, mas enxergam somente até onde eu aponto,
cada um tem uma peça diferente e ninguém consegue conceber a obra toda, e com isso
não vê todos os detalhes e falhas.
Mas é triste, porque nunca está completo, nunca vislumbram a obra completa ou ajudam a montar.
Estou ciente de como isso vai acabar, de que um dia todos os pedaços serão colocados juntos e o
leviatã que tanto demorei para esconder será revelado.
E quando isso acontecer o que eu faço? há, como se eu não soubesse, a resposta jaz dentro de mim.
"O quê você faria se soubesse que existe essa linda paisagem a uma distância considerável daqui, que vale muito apena ser vista?
O quê você faria se soubesse que para chegar lá tem que passar pelo meio do mato, com cercas de arame farpado, pântanos, mata fechada, galhos secos, pedras, e você sabe que vai se esfolar inteiro para chegar lá?
O quê você faria se soubesse que é tão sujo e feio a ponto de se sentir indigno de contemplar tal paisagem?"
"Eu te convidaria a tomar um banho, trocar suas roupas e ir pela estrada, entrar pelo portão principal"
Durma com esse barulho!
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